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Ansiedade: Um Guia Básico

  • 30 de jun. de 2022
  • 4 min de leitura

Atualizado: 20 de set. de 2022


Será que eu tenho ansiedade?


Se você já se fez essa pergunta, você não está sozinho. A ansiedade é o transtorno mental mais comum, afetando até 30% da população adulta em algum momento da vida, mas ainda é pouco compreendida. Vamos falar mais sobre isso?


O que é ansiedade?


Ansiedade é uma reação emocional e fisiológica a possíveis ameaças, que em pequenas doses, nos ajuda a focar nos problemas, a enfrentar desafios e nos protege de situações perigosas.


Mas às vezes essa ansiedade pode ser muito frequente e/ou intensa e ao invés de cumprir a sua função que é nos preparar para enfrentar problemas e desafios, ela pode se tornar o grande problema e desafio.


Enquanto níveis saudáveis de ansiedade podem garantir que você se prepare bem para uma entrevista de emprego e esteja atenta e alerta durante a mesma, a ansiedade excessiva pode fazer que você procrastine ou se prepare de forma exagerada, causando insônia, alterações de apetite, e prejudicando fortemente o seu desempenho na entrevista, te dando “branco” na hora ou até mesmo te impedindo de ir.


Quando a ansiedade se apresenta de forma crônica e/ou aguda e passa a gerar prejuízos e sofrimento, ela vira uma patologia, então chamamos de transtorno de ansiedade.



Quais são os sintomas mais comuns?


Existem sintomas físicos e psicológicos para os transtornos da ansiedade e é importante que você os conheça. O objetivo aqui é compartilhar informações que te ajudem a cuidar melhor da sua saúde, mas qualquer diagnóstico precisa ser feito por um psicólogo ou psiquiatra. A seguir, conheça melhor as características de alguns transtornos de ansiedade.



Quais são os transtornos ansiosos?


Os transtornos ansiosos mais comuns são:

Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)

Ansiedade Generalizada: ansiedade e preocupação excessiva que afeta diversas áreas da vida. Desde uma grande apresentação de trabalho, até uma simples atividade doméstica pode ser um fator desencadeador de ansiedade. Possíveis sintomas:

  • Preocupação excessiva

  • Inquietação, agitação ou se sentir em estado de alerta.

  • Cansaço

  • Irritabilidade

  • Alteração no sono (dificuldade para dormir, excesso de despertares ou baixa qualidade do sono)

  • Alteração no apetite

  • Taquicardia

  • Procrastinação

  • Tensão muscular

  • Problemas gastrointestinais


Transtorno do Pânico

Transtorno do Pânico: Uma resposta ansiosa extrema, na qual a pessoa experiencia sintomas físicos e psicológicos intensos. Durante uma crise, sintomas comuns são:

  • Taquicardia

  • Sudorese

  • Tremor

  • Sensação de falta de ar

  • Hiperventilação

  • Dor no peito

  • Tontura ou fraqueza

  • Formigamento ou dormencia

  • Ondas de calor ou frio

  • Enjoo ou dor abdominal

  • Medo de perder o controle

  • Medo de morrer

As crises costumam durar de 5 a 20 minutos, depois desse tempo, o corpo restabelece seu equilíbrio. Como os sintomas são muito intensos, é comum que as pessoas achem que estão morrendo e procurem a emergência médica, principalmente quando as crises são inesperadas ou em um momento de relaxamento. As crises de pânico podem acontecer como resposta à uma situação estressante, ou em momentos que a pessoa não está se sentindo ansiosa, como durante uma atividade física ou durante o sono.

Fobia Específica

Um medo intenso de coisas ou situações específicas que é desproporcional ao risco real (Exemplo: medo de palhaço, medo de avião, aranhas…). Nesse quadro é comum que as pessoas evitem o objeto ou situação que geram esse medo intenso a todo custo.

Agorafobia

Agorafobia: É o medo intenso de estar em situações constrangedoras, nas quais não se consegue sair ou obter ajuda em caso de sintomas de pânico. Pessoas que sofrem desse transtorno de ansiedade precisam de companhia para conseguir sair de casa, ou então o fazem com sofrimento intenso, sentindo muito medo e ansiedade.

O diagnóstico exige que o medo seja desproporcional à situação, dure seis meses ou mais, gere prejuízos na vida da pessoa e que a pessoa tenha medo ou ansiedade intensas em pelo menos duas dessas situações:

  • Usar transporte público

  • Estar em espaços abertos

  • Estar em espaços fechados

  • Filas ou locais cheios

  • Sair de casa sozinho

A agorafobia é um transtorno que se desenvolve a partir do medo de sentir crises intensas de ansiedade ou pânico, no qual o indivíduo passa a evitar situações nas quais isso poderia acontecer. Se a pessoa teve um ataque de pânico dirigindo, ela pode parar de dirigir. O problema é que, sem tratamento, o transtorno tem uma tendência piorar até que a pessoa não consiga mais sair de casa ou tenha todas as áreas da vida significativamente comprometidas.

Transtorno de Ansiedade Social

Transtorno de Ansiedade Social: Pessoas que sofrem de transtorno de ansiedade social sentem uma ansiedade profunda (desproporcional a situação real) com a possibilidade de se sentirem rejeitadas, constrangidas e humilhadas em situações sociais, fazendo com que elas evitem situações sociais ou sintam grande desconforto e ansiedade nessas situações, como: conhecer pessoas novas, fazer uma apresentação, estar em locais que exijam interação social como festas ou encontros de colegas, comer em público, etc...

É muito diferente de ser uma pessoa introvertida. Pessoas introvertidas acham esses eventos cansativos ou desinteressantes, quem sofre de transtorno de ansiedade social sente uma ansiedade intensa, a ponto de gerar prejuízos e sofrimento significativos na própria vida.

Ansiedade de Separação

Ansiedade de Separação: Pessoas que sofrem com ansiedade de separação tem medo e se sentem ansiosas em estar longe de figuras de apego, pessoas que passam segurança para elas. Elas se sentem inseguras e ansiosas em fazer coisas ou estarem sozinhas, sem a pessoa de referência. O diagnóstico para esse transtorno exige que esse medo e ansiedade sejam intensos, gerarem prejuízos ou sofrimento significativo, seja incompatível com a idade do sujeito e dure, pelo menos, quatro semanas em crianças e seis meses em adultos.



Possíveis Causas


Como a grande maioria dos transtornos mentais, os transtornos de ansiedade não tem uma causa única, ou seja, a ocorrência é sempre por uma combinação de fatores genéticos, ambientais, psicológicos e do desenvolvimento.


Os principais fatores responsáveis pelo desenvolvimento de transtornos de ansiedade são genéticos e estressores ambientais. Isso significa que para que alguém desenvolva um transtorno de ansiedade ela precisa ter uma predisposição genética e estar exposta à situações estressoras agudas ou crônicas.


Diagnóstico e tratamento


O diagnóstico é clínico e pode ser feito por um psicólogo ou psiquiatra. Não existem testes ou exames para detectar a ansiedade, alguns exames podem ser feitos para descartar outras causas para os sintomas e testes psicológicos podem ser feitos para descartar outros transtornos ou auxiliar no diagnóstico.


A função do diagnóstico é possibilitar um tratamento adequado e eficiente para que o paciente recupere a sua saúde e qualidade de vida.


Os tratamentos para ansiedade com base em evidências científicas são altamente eficientes, infelizmente muitas pessoas não são diagnosticas ou não tem acesso a tratamentos adequados. Apesar de cada transtorno de ansiedade ser único, os casos mais leves costumam responder bem à psicoterapia e os que têm um comprometimento maior costumam precisar de uma combinação de medicação e psicoterapia.


A medicação não cura os transtornos de ansiedade, mas age na redução dos sintomas, o que nos casos mais graves, pode ser essencial para que o paciente consiga, inclusive, se engajar na terapia. Os medicamentos mais comuns são os ansiolíticos (prescritos, normalmente, por um período curto de tempo) e os antidepressivos. Beta-bloqueadores podem ser prescritos em alguns casos para redução dos sintomas físicos. A prescrição desses medicamentos deve ser feita exclusivamente por psiquiatras.


A psicoterapia vai atuar no desenvolvimento de habilidades para que a pessoa consiga lidar com a ansiedade de forma saudável, aprendendo a questionar seus pensamentos ansiosos e a não ser dominada por eles usando estratégias mentais e comportamentais eficientes.


Além disso pode te ajudar a desenvolver habilidades para entender e lidar melhor com as suas emoções, desenvolver o seu autoconhecimento, perceber a realidade de forma mais clara, construir uma relação mais saudável com você mesmo e com as outras pessoas ao seu redor, perceber padrões de comportamentos indesejados e criar estratégias para mudar o seu comportamento.


A ansiedade faz parte da vida, mas ela não deve dominá-la.


Quatro dicas para diminuir a ansiedade.


1. Respire - Pode parecer bobo, eu sei, mas o que talvez você não saiba é que essa é uma forma de intervenção química no seu cérebro. Quando respiramos fundo, aumentamos a quantidade de oxigênio no nosso cérebro e inibimos a ação do cortisol. Uma técnica muito simples que é muito útil é a 4-7-8: inale por 4 segundos, segure o ar por 7 segundos e exale por 8 segundos.


2. Seja gentil com você mesma - A forma como você fala com você mesma tem a capacidade de liberar hormônios de estresse, piorando o quadro de ansiedade, ou hormônios do bem estar, que te ajudam a se sentir melhor e aumentam a sua capacidade de resolver problemas. Fale com você mesma como você falaria com uma pessoa que você ama.


3. Use a técnica essa técnica nos momentos de crise:

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Como pode ser difícil de lembrar, você pode salvar essa imagem com fundo de tela do seu celular.



4. Procure ajuda - Quando temos uma dor no dente, procuramos um dentista, quando as nossas emoções estão causando sofrimento e trazendo prejuízos para a nossa vida, precisamos procurar um psicólogo ou psiquiatra para que nos ajude a recuperar a qualidade de vida.


Se você sente que se beneficiaria de ajuda profissional para lidar com esse processo, clique aqui e agende a sua primeira sessão.



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